Bahia, 26 de Abril de 2024
Por: Jackson Domiciano
24/11/2016 - 10:55:33

"A ansiedade é muito grande para que se chegue à uma solução”, completou o advogado Fabrício Frieber.   

Começam os preparativos para o julgamento dos acusados pela morte do radialista Ronaldo Santana. Falta menos de duas semanas para o julgamento dos envolvidos em um dos crimes que mais chocou a população de Eunápolis, no extremo sul da Bahia.  No próximo dia 05 de dezembro, uma segunda-feira, o ex-prefeito Paulo Dapé e mais três acusados irão a júri popular pela morte do radialista.

 O crime aconteceu na manhã do dia 09 de outubro de 1997,  quando a vítima foi atingida por quatro disparos à queima-roupa, quando estava indo para a emissora Rádio Jornal, na companhia do seu filho Márcio Alan.

Conforme consta no site Proyecto Impunidad, as críticas de Ronaldo contra a administração do prefeito Paulo Ernesto Ribeiro da Silva, o Paulo Dapé, também eram uma constante em seu programa. Ele não poupava policiais, políticos e moradores da comunidade. Num dos programas, falou da má qualidade da merenda nas escolas da cidade. Seus comentários fizeram com que a secretária de Educação, Maria de Lourdes Vieira do Nascimento, pedisse direito de resposta na rádio. Em uma sessão especial da Câmara de Vereadores, os dois se enfrentaram. Depois da sessão, o marido da secretária, Tércio Pereira, seguiu Ronaldo de carro e tentou agredi-lo com um pontapé e com palavras. Em 27 de junho de 1997, o radialista fez queixa na delegacia de polícia de Eunápolis contra Pereira.

promotor de Justiça Antônio Maurício Soares Magnavita, que atuava em Eunápolis na época da morte de Ronaldo Santana de Araújo, criticou a Polícia Civil por ter demorado a chegar ao local do crime e por não ter isolado a área.

  

O ex-prefeito Paulo Dapé(e). Fórum Mário Albiane(d).

O juiz Otaviano Andrade Sobrinho, que vai presidir o júri, já fez a pré-seleção dos 25 intimados, onde serão escolhidos apenas sete para compor o corpo de jurados, após o sorteio antes do julgamento.

Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir que o julgamento ocorra dentro da normalidade possível, já que se trata de um caso de grande repercussão.

O advogado Fabrício Frieber, que defende um dos envolvidos no processo, disse que tecnicamente estamos buscando a absolvição do seu cliente. “Não existem provas materiais do seu envolvimento.  Isso vai ficar esclarecido. Estamos buscando o julgamento há mais de cinco anos. Meu cliente carrega nas costas essa penalidade há muitos anos. As matérias sobre esse fato foram muito aguçadas. Muitos usaram esse crime como trampolim político. A ansiedade das partes é muito grande para que se chegue à uma solução do processo”, completou o advogado Fabrício Frieber.   

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