Bahia, 28 de Março de 2024
CONSCIÊNCIA NEGRA

Jackson Domiciano escreve sobre o Dia da Consciência Negra e aborda a forma cruel de ainda açoitar o negro
Sem os preconceitos atrozes que nos infernizam a alma há muitos anos, e que ainda encarde nossas existências no cotidiano.
Por: Jackson Domiciano
20/11/2014 - 20:48:35

Nesta data 20 de novembro, “O Dia da Consciência Negra” várias cidades e recantos do País se manifestam e declaram feriado, comemoram a data e relembram os sofrimentos, as graças, as riquezas, a cultura, a arte a musicalidade dessa gente africana, brasileira, com diversas atividades, tentando alertar e conscientizar a todos, de as crenças, cores e aparências, sobre a importante busca do entendimento, para que todos possam conviver de forma mais justa, digna e humana.  Sem os preconceitos atrozes que nos infernizam a alma há muitos anos, e que ainda encarde nossas existências no cotidiano.

Nunca na história da humanidade pessoas foram retiradas de seus aposentos, de suas famílias para serem tratados da forma tão brutal, como nos regimes escravocratas/traficantes que predominaram as Américas, e com nitidez profunda no Brasil.

A história segue até os dias de hoje, e com a mesma mão impiedosa  do chicote que campeava nas costas dos negros e das negras, ainda campeia nos ombros de grande parte dos negros de agora, desse feita, com as pontiagudas balas de fuzil, de pistola, e o mesmo “negrocídio” que pairou nos séculos passados, ainda craveja esses irmãos descendentes dos africanos, e de aldeões puros de uma terra antiga, cheia de nuances e encantamentos. O Brasil precisa ser grande nesse entendimento social, ainda distante, mas não impossível.

A Escravidão Africana é um capítulo triste que compõe a História do Brasil e de todas as demais nações em que ela ocorreu. Apesar de essa prática desumana ter sido abolida, suas consequências ainda permeiam a sociedade, seja de forma positiva como a contribuição cultural dos povos africanos, seja de forma negativa, como o preconceito racial.

O assunto provoca curiosidade e, ao mesmo tempo, indignação. O sofrimento de um nativo africano começava a partir do momento da sua captura e não terminava nem mesmo com a conquista da sua liberdade, quando acontecia. Nesse entreposto, havia todo o processo de locomoção de um continente ao outro, repleto de angústia, desespero e riscos. Os escravos já capturados em suas comunidades na África eram conduzidos aos portos para serem transportados com destino à América.

Calcula-se que entre os séculos XVI e XIX, cerca de 10 milhões de escravos foram vendidos para as Américas. O Brasil, maior importador do continente, recebeu quase 40% desse total, algo entre 3,6 milhões e 4 milhões de cativos.

Hoje, o País ainda não está preparado para dar ao negro, uma recompensa pelos horrendos crimes. O tema é vasto e longo. Mas, neste dia 20 de Novembro, precisamos ao menos refletir sobre esse processo lento de integração desses, que ajudaram a edificar o Brasil, antes de tudo, uma terra de liberdade.  

 

 

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