Ao completar nesta quarta-feira, 29, noventa dias da morte do prefeito de Itagimirim, Rielson Lima, executado em praça pública ao anoitecer, quando trocava um dedo de prosa, da forma mais simples que um homem pode fazer, a população do extremo da Bahia, e de sua própria cidade perdeu a esperança e a fé na justiça.
A família de Rielson começa a ficar descrente de que nessa Bahia, onde quase 200 bancos foram atacados de forma violenta, somente este ano, os crimes de pistolagens e outros do mesmo naipe sejam descobertos. Nesta região, como no restante do estado, esse tipo de crime fica sempre na impunidade, ou, quando os envolvidos são desmascarados, a Justiça demora até vinte anos para metê-los na cadeia. Ação praticamente impossível por estas bandas.
Mas, voltando à morte do prefeito Rielson Lima. Contem-nos, as razões de até agora as polícias não apresentarem os criminosos e seus envolvidos?
Contem-nos, as razões de tanto silêncio perverso em torno deste caso? Quais os motivos para que essas modalidades de crimes fiquem sempre no anonimato?
Ora, senhores! Na verdade falta boa vontade e aparelhamento público para que esses crimes sejam esclarecidos. Com a palavra, as autoridades policiais do alto escalão.
Amigos de Rielson a seus familiares, ainda que estejam protestando de forma pacífica pelas ruas de Itagimirim, na verdade estão apenas lembrando o velho amigo. No fundo, esses gritos são mudos e não ecoam nas consciências das autoridades e nem os força a tomarem as decisões que já deveriam ter tomado.
Todos esperam que no dia 29 de julho de 2015, não haja mais protestos silenciosos pelas ruas de Itagimirim, aí sim, seria a maior vergonha para todos nós.
