A cada dia, cresce o número de pessoas morando nas ruas, invisíveis, abandonadas, sem apoio e sem a mão do Estado.
Muitos se espalham nas calçadas, sob as marquises ou sob as árvores, dormindo sobre papelão, e com finos panos como cobertores. Alimentam de migalhas, se embriagam, adoecem e vão seguindo suas vidas, despercebidos e alijados dos processos diários das comunidades.
Muitos são aliviados pela mão dos bons, que lhe matam a fome, que ainda os vê com o olhar da piedade. Em parte o Estado é cego, amorfo, impiedoso, e sem alma.