Bahia, 28 de Março de 2024
Por: Jackson Domiciano
27/11/2015 - 09:25:33

As indústrias de cerâmicas da região Costa do Descobrimento, no extremo sul da Bahia, estão passando a pior crise das últimas décadas. As vendas destinadas às lojas de material de construção e depósitos despencaram vertiginosamente nos últimos meses, em mais de 40%.  Somente em uma cerâmica tradicional da região com mais de 30 anos de mercado, existem cerca de 900 mil unidades de lajotas prontas para a venda, nos pátios de produção, mais de 250 lajotas nos fornos e cerca de 400 mil prontas para serem queimadas. Caminhões carregados estão estacionados nas indústrias.

A crise piorou depois da paralisação do programa Minha Casa Minha Vida e a crise política. O quadro atual é preocupante e sem perspectivas. As demissões já começaram e deve aumentar.

Na opinião do um empresário local, com larga experiência no ramo, que pediu para não citar o seu nome na matéria, muitos trabalhadores serão demitidos.   Segundo ele, a situação tende a se agravar no comércio de material de construção. Uma vez que, é com a lajota que começa toda cadeia produtiva e de geração de serviços.  “Um emprego na indústria de cerâmica gera mais quarenta de forma indireta. Com essa crise, a região pode perder oito empregos ligados à construção civil”, enfatizou.

As indústrias de cerâmicas e telhas da região estão vivendo um dos piores momentos, e com poucas expectativas de melhorias em curto prazo. “Nós estamos deixando de vender milhares de lajotas por dia. Nossos clientes não compram mais e o índice de inadimplência é o mais alto ao longo de 32 anos de comércio”, disse Ailton Tomazelli.

Indústrias como Telhas Simonassi, localizada no distrito de Mundo Novo, em Eunápolis, tradicional no mercado, a situação também é muito ruim, as vendas despencaram cerca de 40%, não existem pedidos à vista, e já foram demitidos 25 trabalhadores.

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